Poesia popular e tecnologia. Surge o e-folheto de cordel! (clique para assistir)

Quem pensa que a Literatura de Cordel é coisa do passado, com os poetas vendendo seus folhetos impressos em papel amarelado, pode estar muito enganado. Cordelistas modernos e antenados com as mais recentes tecnologias estão se valendo de todas as plataformas disponíveis para publicar seus trabalhos: CDs, DVDs, Internet e, mais recentemente o formato de e-books.

Recentemente publiquei um “e-folheto” de cordel cujo título é: “Das sextilhas no papel ao e-folheto de cordel” e postei-o no YouTube. No arquivo, além do texto escrito (em um Ipad), pode-se ouvir, em tempo real, a declamação do poema interpretado pelo próprio autor – com acompanhamento de viola – e assistir a um vídeo gravado através de um I-phone e editado no aplicativo I-Movie com alta resolução de som e imagem. Após publicado neste blog, o e-folheto foi tornado público através do Facebook e do Twitter.
 
A questão que se levanta aqui é avaliar qual seria o real impacto destas tecnologias na evolução deste gênero literário tão tradicional da nossa cultura popular e a resposta é dada no próprio texto do poema: praticamente nenhum.  A FORMA, a apresentação, não conseguem melhorar um CONTEÚDO pobre. 
 
Mas os bons textos, estes sim podem alcançar um número de leitores jamais imaginado pelos grandes mestres do passado, que mercadejavam seus folhetos sob o sol escaldante das feiras de interior.
 
E deixo aqui, rimada e metrificada segundo a tradição, minha estrofe de despedida:

"O cordel é flexível

Maleável, flutuante.

Ele abraça as novas mídias

Com uma força impressionante.

Se a modernidade pede,

Logo vai se ver iPad

Pendurado no barbante.”

  

(Fábio Sombra)